Um filme que explora a pseudociência e a teoria de que os seres humanos utilizam apenas 10% do cérebro, Lucy chega aos cinemas trazendo a protagonista - que dá título ao longa - vivida pela atraente Scarlett Johansson, que após um mal-entendido, em uma reviravolta, acaba conseguindo acessar muito mais da porcentagem normal do cérebro, e com isso, recebe poderes absurdos.
A cena inicial começa com células em mitose, e logo em seguida, temos um vislumbre de Lucy, a primeira mulher da Terra, bebericando a água de um lago, e sem mais delongas, somos levados à Lucy protagonista no presente, que caí em uma armadilha, quando um conhecido seu prende uma maleta, com um conteúdo misterioso, ao seu pulso. Lucy é levada por um grupo de mafiosos coreanos, e ao descobrirem o conteúdo da maleta - pequenos sacos com CPH4 em pó, uma droga sintética - decidem vendê-lo. Lucy acaba sendo usada como "mula", tendo a droga implantada em sua barriga. O que não se esperava, era que o CPH4 reagisse quimicamente com seu organismo, sendo absorvido pelo mesmo. As consequências são que agora Lucy poderá acessar mais do que 10% do seu cérebro, ilimitando todas as suas capacidades.
Antes de tudo, é preciso não levar a sério a base teórica de Lucy, porque é tudo pseudociência, algo incerto e que no campo da neurociência não foi comprovado. Por isso, o longa é uma ficção que toma muitas liberdades criativas, beirando o absurdo, mas que ainda assim, carrega consigo um argumento plausível e que prende o expectador.
Após Lucy ter seu corpo modificado pela droga, a tela, vez ou outra, é preenchida pelo andamento da porcentagem de seu cérebro, à medida que ela vai acessando e adquirindo mais poderes, que incluem a capacidade de controle sobre suas próprias células, sobre a matéria, sobre outros corpos, levitação, magnetismo, metamorfose, inteligência ilimitada... É difícil enumerar tudo o que ela faz - e que o ela poderia fazer - no entanto, fique com a ideia de que Lucy se torna uma mulher poderosa.
Bem antes de tudo isso acontecer, Lucy queria apenas curtir a vida e continuar a viver, porém agora, ela se torna uma outra pessoa, e passa a sensação ao expectador como se soubesse de algo que ninguém mais tem conhecimento. Seus objetivos são movidos à base de recuperar os outros pacotes de drogas - que estão em outras "mulas" - e se encontrar com o Professor Norman (Morgan Freeman), estudioso nesse campo, em busca de respostas. Além da busca da personagem, existe a figura antagonista de Mr. Jang (Min-sik Choi), o chefão do cartel que também está em busca dos pacotes de drogas e quer a todo custo deter Lucy.
Ela também conta com a ajuda do policial francês, Pierre Del Rio (Amr Waked), que há todo momento fica maravilhado com a capacidade de Lucy, e mesmo temendo estar ao lado de tamanha mulher com poderes ilimitados, ele continua na jornada, apesar de ficar em segundo plano.
Um filme curto - apenas 1 hora e meia - passamos por uma viagem alucinante, permeada por tiros, corridas em meio à carros capotando, verdadeiros massacres, efeitos visuais... Tudo se combina à parte técnica do argumento do longa, afirmada pelo personagem de Freeman, que mesmo aparecendo pouco, em suas palestras sobre a porcentagem cerebral, transmite talento e segurança em seu papel. O próprio ator, em uma entrevista ao O Globo, disse que se interessa pelo assunto em questão nos campos da neurociência, psicologia, etc, o que é mais um indicador para a escolha certa do personagem.
Porém, o melhor do filme está em Scarlett Johansson, que agora possui um papel de peso em seu currículo - além do destaque como Viúva Negra nos filmes da Marvel. É como se Johansson tivesse se preparado e se dedicado totalmente à esse papel - que poderia ter sido de Angelina Jolie, que o recusou - e é isso que dá ao filme o tom certo, mesmo sendo de baixo orçamento (40 milhões). Pode-se dizer que Scarlett está no auge de sua carreira no momento, e deve se aproveitar disso para firmar-se pelos próximos anos.
Podendo agradar muitos e decepcionar outros, Lucy é o tipo de filme absurdo que faz sentido, e no fim, apenas quem entende sua mensagem consegue decifrar todo o conjunto. O objetivo dele não é dar prioridade à uma super-heróina atraente, ou documentar o processo de venda de cartéis de drogas, mas falar sobre a vida em si, e no que o homem a tornou. Principalmente, não é sobre 10 ou 100 por cento, e sim, sobre como utilizamos a menor parcela, pois só estaremos preparados para algo maior, quando domarmos o simples. Em geral, divirta-se e reflita.
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Ficha do Filme:
Título: Lucy (Lucy)
Direção por: Luc Besson
Elenco: Scarlett Johansson, Morgan Freeman, Min-sik Choi, Amr Waked
Gênero: Ficção Científica, Ação
Nacionalidade: França
Duração: 1h29min
Lançamento: 28 de Agosto de 2014
Vi uma crítica tão pesada em relação a esse filme que fiquei com certo receio. Agora que você comenta sobre ser preciso entender a mensagem, começo a pensar que o crítico não foi tão feliz nessa interpretação. De qualquer forma, mesmo com tal crítica, não perdi o interesse pelo filme, em especial por ter a presença da Johansson. Impossível ignorar. rsrs Sabendo disso tudo, acho que dá para arriscar.
ResponderExcluirAbraços,
Ricardo - www.overshockblog.com.br