sexta-feira, 5 de julho de 2013

Resenha - A Hospedeira de Stephenie Meyer

 
A primeira capa é da edição especial - que foi o exemplar em que li o livro.

Da autora de Crepúsculo? Já comecei a ficar com um pé atrás, mas pelo menos disseram que era melhor que a saga "vampiresca" da Stephenie Meyer, e ainda por cima, uma distopia sci-fi. Então, o que me restava era ler e tirar minhas próprias conclusões... bem, até que a experiência não foi ruim. A Hospedeira é um livro que digamos assim, é diferente. Entenda o por quê.


A Terra foi dominada pelas almas, alienígenas que usam os seres vivos como hospedeiros: usavam seus corpos e dominavam suas mentes. Com o humanidade toda colonizada, poucos humanos conseguiram resistir, se escondendo onde pudessem, sobrevivendo acima de tudo, com o perigo de ser pego a cada dia por um Buscador - designação de alma que procuram por novos hospedeiros, em sua maioria, os resistentes. Peregrina é uma alma que já passou por oito vidas em vários outros planetas, e é inserida no corpo de uma hospedeira chamada Melanie Stryder. Peregrina não achava que sua tarefa seria tão difícil: sua hospedeira ainda está viva e tem fortes lembranças do seu passado, por mais que seja ela que domine o seu corpo. Após vários fatos que poem em dúvida o controle de Peregrina, ela e sua hospedeira começam a construir uma estranha aliança, e partem em busca do homem que ambas amam.

"Sim. Ela também estava calma. Isso, a morte, era mais fácil de aceitar do que a compreensão de que nossos esforços haviam sido guiados pela insanidade."
Página 105 

A princípio você pode achar que é apenas um livro que junta uma trama sensacionalista a um conteúdo de puro romance meloso e forçado... Não é bem por ai. A Hospedeira não trata apenas de romance. É claro que há amor, há um estranho "quadrado amoroso", mas Stephenie Meyer foi feliz em escrever um livro que tem tantas características marcantes. Ela não trata apenas de um romance banal entre dois jovens, mas sim de uma resistência humana à invasores que tentam controla-los. Apesar da história me lembrar muito o filme Invasores, A Hospedeira pende para um lado que discute a essência da humanidade e a diferença entre seu corpo físico.

"Tinha sido um dia longo - o dia já tinha sido longo mesmo antes de Jared e os outros chegarem, e parecia que isso tinha acontecido éons atrás. Fechei os olhos e peguei no sono sobre o saco de arroz."
Página 249 

A leitura não é fantástica, mas também não é ruim. Creio que A Hospedeira pecou apenas em não explorar mais o lado das almas - por mais que a protagonista seja uma delas. Eu gostaria que as almas não fossem apenas seres benignos. Fica meio duvidoso que seres assim dominem planetas, por mais que fique claro que esses alienígenas não precisaram de força bruta para vencer a humanidade. Eu preferiria que as almas fossem mais... cruéis, controladoras, sinistras. Apesar de isso ser apenas um detalhe, mas acho que isso meio que bloqueou da trama se estender mais para outros horizontes. De qualquer modo, por mais que as almas sejam o "vilão" de toda história, é por uma alma que torcemos em todo o livro. E se uma alma se conectasse ao seu hospedeiro de tal forma que ficasse impossível de distinguir quem é quem?

"- Está vendo? É isso o que estou dizendo. Corpo e alma. Duas coisas diferentes, no meu caso."
Página 351 

A leitura foi muito prazerosa e algumas vezes surpreendente. Entendo os leitores que tenham certo preconceito com a autora por causa de sua saga de vampiros-purpurina, mas eu também sou assim, que tanto prometi pra mim que nunca lerei a saga Crepúsculo! Mas isso não quer dizer que não lerei outros livros da autora, e agora recomendo para esses leitores que deem uma chance para A Hospedeira.

"Eu ergui a cabeça para olhar para Jared e Ian. Ambos estavam com os olhares cravados na família interespécie no parque, de boca aberta."
Página 434 

Em suma, o livro é uma distopia de ficção científica, e tem uma trama muito amarrada, um começo, meio e fim bem definidos, não deixando que a leitura se torne cansativa, nem a narrativa sendo em primeira pessoa por Peg - apelido que Peregrina recebe com o tempo. Acredito que Meyer já tinha em mente uma continuação, pois o epílogo por mais que feche a história desse livro, dá a impressão que pode ser bem mais explorado. Me pergunto se haverá finalmente uma guerra entre humanos e almas...

A Hospedeira, esclarecendo, é um livro que vale a pena a leitura. Talvez você não se apaixone peles personagens e nem escolha em ser #TeamJared ou #TeamIan - afinal, achei o romance bem fraquinho nesse livro - mas no final de tudo você se perguntará se ser humano é simplesmente ser um ser da Terra ou um modo de viver.

"- É um mundo estranho - murmurei, mais para mim mesma do que para a outra alma aculturada.
- O mais estranho de todos - concordou ele."
Página 557 

***

Ficha do Livro:

Título: A Hospedeira (The Host)
Autora: Stephenie Meyer
Tradução por: Renato Aguiar
Editora: Intrínseca
Páginas: 557

2 comentários:

  1. Li A Hospedeira faz uns dois anos e senti um sincero alívio ao constatar durante a leitura, que Meyer estava fugindo um pouco dos estereótipos impostos durante a saga Crepúsculo. Não tenho nada contra a autora, sua narrativa até consegue ser um pouco sagaz, mas peca na má utilização (o que gera certa redundância). Não sei se estou enganada, mas parece que haverá uma continuação, para aproveitar o gancho do filme. Mas sinceramente, não acho que seja necessário.
    Ótima resenha!

    Abraço!
    Clara
    labsandtags.blogspot.com

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  2. Adoro as suas resenha,Joshua você e lindo e seu bçog e maravilhoso!

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