quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Resenha - Never Sky - Sob o Céu do Nunca de Veronica Rossi



Em busca de novas distopias, decidi ler Never Sky - Sob o Céu do Nunca da Veronica Rossi, que nasceu no Rio de Janeiro e agora mora no exterior. Lançado no Brasil pela Editora Prumo, o livro tem recebido muitas críticas positivas, tendo já sua trilogia concluída, direitos vendidos para mais de 25 países e uma adaptação cinematográfica em breve pela Warner Bros. Bem, agora que já terminei a leitura, já tenho minha própria opinião formada. Never Sky é uma distopia boa e original.


Na história, o mundo não é mais como antes: o céu é puro Éter, uma substância cintilante que paira sobre tudo e todos, nociva, que pode causar tempestades e destruir populações. Para isso, após a União - pouco é falado sobre isso -, os humanos se enclausuraram em Núcleos, e ali permaneceram. Com uma tecnologia avançada, os ditos Ocupantes usam uma espécie de dispositivo, o olho mágico, sobre o olho esquerdo, que os faz transportar mentalmente para os Reinos, mundos virtuais idênticos à eras passadas, onde eles podem sentir, ouvir, cheirar, enxergar, como se fosse uma experiência real. Ária é uma Ocupante, e está em busca de respostas para o desaparecimento de sua mãe, uma cientista, que viajou para outro Núcleo, Nirvana, deixando-a sozinha em Quimera. Em uma brincadeira com os amigos que não acabou em tanta graça assim, Ária é exilada sem mais nem menos, jogada à própria sorte no mundo fora dos Núcleos, popularmente conhecido como a Loja da Morte, por haver mil maneiras de morrer: queimado por tempestades de Éter, devorado por canibais ou feras, fome, sede... Ária está à própria sorte.

"Ela ouvira as histórias sobre a Loja da Morte, como todo mundo. Um milhão de maneiras de morrer. Ela sabia que as alcateias eram tão inteligentes quanto os homens. Ouvira falar que os bandos de corvos bicavam pessoas vivas, despedaçando-as, e as tempestades de Éter se portavam como predadores. Mas ela concluiu que a pior morte da Loja da Morte era apodrecer sozinha."
Página 69 

Mas há também Peregrine, ou simplesmente Perry, um Forasteiro - tribos que vivem fora de Núcleos e conseguem sobreviver no mundo sob o Éter -, mas um jovem especial: ele é um Marcado, ou seja, possui Sentidos aguçados, que se dividem em três: Olfativo, consegue cheirar e identificar odores à sua volta, até sentimentos; Vidente, consegue enxergar ao longe ou no escuro; e Auditivo, ou Audi, que pode ouvir à grandes distâncias. Perry é distante e calado, e quando ele se depara com um erro por sua culpa, ele decide fazer tudo o que é possível para repará-lo. Até mesmo se juntar à uma Ocupante.


Never Sky tem uma premissa distópica bem interessante, ainda mais com essa pegada sci fi que pode ser muito bem explorada pelos próximos livros. Como sendo um primeiro livro, é esperado uma introdução ao mundo dos personagens, mas logo nos primeiros capítulos temos uma reviravolta e os fatos começam a se acelerar - mas de modo positivo. O livro - que é divido em dois POVs, de Ária e Perry, em terceira pessoa - é uma leitura satisfatória, e vamos nos fazendo perguntas sobre o que é o Éter, por que alguns Selvagens possuem Sentidos e principalmente: onde tudo isso vai dar.

"- Não estamos mais em seu mundo, Ocupante. Aqui, as pessoas morrem e não é pseudo. É muito, muito real."
 Página 123

Ao decorrer dos capítulos, vamos acompanhando a evolução gradual de Ária, e como ela vai enfrentando a Loja da Morte, com o perigo de ter Corvos - tribo de canibais - em seu encalço, e tempestades de Éter sobre sua cabeça. Mesmo sendo uma personagem que vai crescendo durante a leitura, dou destaque para Peregrine, pois para mim, ele é o verdadeiro protagonista. Ao invés de ser um personagem indefeso que evolui, ele é um Forasteiro, digamos, rude e até as vezes grosso, e por ser um Selvagem da tribo dos Marés, ele é um caçador e tem uma personalidade um pouco fria. O mais interessante é que ele aos poucos começa a se mostrar sensível com o mundo à sua volta, que tem sentimentos e se importa com as pessoas, principalmente com seu sobrinho Talon, a quem ele está à procura. Ária lhe ajuda a se tornar uma boa pessoa, e o romance deles é convincente e acontece de forma natural - até que demais.

"Uma pontada no fundo do seu nariz o fez olhar para cima. O Éter tinha começado a tomar forma de um redemoinho maciço. A tempestade viria logo e cairia com força."
Página 273 

A edição da Prumo é louvável. Com uma capa que transmite de forma certa o céu de Éter, ela é metalizada até suas orelhas e brilha quando posto contra a luz. Além disso, no início de cada capítulo, de acordo com o personagem, há um desenho de uma árvore. Diagramação ótima, e uma revisão boa, apesar de eu ter encontrado "porque" em uma pergunta e uma troca de nomes, em uma menção à mãe de Ária, Lumina, e foi escrito Lâmina. Mas fora isso, o trabalho da editora está ótimo.

"- As palavras são a melhor maneira de conhecê-lo."
Página 296 

Em seu desfecho, temos uma reviravolta interessante, mas eu esperava mais. Há muitos espaços vazios e que espero que sejam preenchidos nos próximos volumes da trilogia, mas Veronica Rossi criou uma distopia sci fi e sobrenatural original e que ainda tem muito a nos mostrar. Pode não ser a melhor distopia, mas é um ótimo entretenimento e em geral, é um livro bom e uma série que quero acompanhar. A editora Prumo confirmou que publicará a sequência, Through the Ever Night(em tradução livre, Ever Night - Através da Noite do Sempre) no primeiro semestre de 2014!

"Ele a beijou lentamente. Foi tudo bem devagar, para que ele pudesse acompanhar seu temperamento e olhar em seus olhos. Quando eles se uniram, o cheiro dela era corajoso e forte, determinado. Perry tragou aquilo, respirando a respiração dela, sentindo o que ela sentia. Ele nunca conhecera nada tão perfeito."

***

Ficha do Livro:

Título: Never Sky - Sob o Céu do Nunca (Unde the Never Sky #1)
Autora: Veronica Rossi
Tradução por: Alice Klesck
Editora: Prumo
Páginas: 336
Lançamento: 2013
Gênero: Distopia, Ficção Científica, Sobrenatural







A Autora:

Foto -Veronica Rossi
VERONICA ROSSI nasceu no Rio de Janeiro, Brasil. Ela viveu em vários países e cidades ao redor do mundo, finalmente se decidiu ficar no norte da Califórnia com o marido e dois filhos. Ela completou os estudos de graduação na UCLA e depois passou a estudar arte na Escola de Artes da Califórnia em San Francisco. Unter The Never Sky é seu primeiro romance. Que teve seus direitos estrangeiros vendidos em mais de 25 territórios, a data e direitos do filme foram comprados pela Warner Bros.







Outras Capas:

     

A Trilogia:

  

6 comentários:

  1. oie Joshua
    eu gostei bastante desse primeiro livro, mas esperava mais. Não esta entre minhas distopias preferidas, porém, o enredo foi muito original e me conquistou.
    Amo as capas dos EUA, e não sei o que a prumo vai arrumar no segundo volume.
    bjos
    www.mybooklit.com

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    Respostas
    1. Eu também esperava mais, até mesmo porque, no final, a reviravolta foi pequena, mas acredito a leitura irá evoluir bastante na sequência :D E um ponto positivo é a originalidade, então acompanharei a trilogia. Sobre a capa da continuação, espero que a Prumo faça um bom trabalho e continue no padrão criado. Acho que vai ser a silhueta do Perry na capa...

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  2. Que capa LINDA!!! Quando você disse sobre o efeito metalizado, quis logo ter em mãos... ja li Jogos Vorazes de distopia, e tôq uerendo mais :))

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    Respostas
    1. Apesar de ser bem diferente de Jogos Vorazes, em muitos aspectos, se você quiser ler outras distopias, Never Sky é uma boa opção :D

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  3. Joshua, as capas são lindas. Essa última em tons de verde foi a que eu mais gostei.
    Também não li essa série, mas um colaborador do blog está lendo o primeiro volume, então em breve deve sair resenha por lá.
    Abração!
    ​​​​​​​​​​​​Cooltural

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  4. Ótima resenha! Eu ameeei esse livro! Como ainda não saiu o segundo volume em português, estou tentando ler em inglês, hahaha

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