sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Resenha - Na Ilha de Tracey Garvis Graves


Eu não costumo abandonar um livro pela metade. Sou muito persistente, e tento pensar positivamente, acreditando que até o final a história irá melhorar, mas no caso de Na Ilha de Tracey Garvis Graves, lançado aqui no Brasil pela Intrínseca, não consegui mais avançar na leitura e simplesmente fechei o livro. Saiba a razão...


O livro conta a história de Anna Emerson, uma professora de 30 anos que está em um relacionamento que não evolui e cansada de sua vida pacata, decide passar o verão em uma ilha tropical, dando aulas particulares para um aluno, T.J. Callahan, de 16 anos, que possui um câncer em remissão. Quando os dois embarcam em um hidroavião e sobrevoam as Maldivas, um arquipélago com mais de 1.200 ilhas, sofrem um acidente e o avião cai no mar infestado de tubarões e águas turbulentas. Eles então acabam em uma ilha desabitada, e o que de início tudo o que importava era sobreviver, com o tempo Anna se pergunta se seu maior desafio é conviver com um garoto que aos poucos se torna homem.

A premissa é boa, e confesso que achei interessante a proposta da autora. O principal erro da autora foi justamente na ilha. Quando os personagens acabam na tal da ilha, eles entram no desespero de ficarem sem comida, sem água, e principalmente, de morrerem ali, ou pior, de continuarem vivos e serem tidos como mortos. É esperado esse choque inicial, afinal, os personagens estão em território desconhecido e ambos vieram da cidade grande, mas o que era para ser apenas um elemento da história, toma grande parte de muitos capítulos. Passa-se de 100 páginas e acompanhamos apenas rotina, nenhuma reviravolta, nada. Vemos Anna e T.J. tentando quebrar um coco, tentando beber água da chuva, tentando fazer fogueira... nisso são umas 50 páginas. Ah, e tem os capítulos que de repente chega à costa da ilha as bagagens deles perdidas no acidente de avião, o que achei meio nada a ver. Quando o romance entre os dois começa a nascer, ai vem o ódio. Eu esperava que fosse algo gradual, algo mais convincente, um romance romântico, mas em Na Ilha, Tracey torna o romance meio carnal demais, como se o simples fato de os dois personagens estarem sozinhos em uma ilha terem que transar. E sério, eu não sou obrigado a ficar lendo os personagens se masturbando, e depois dessa larguei o livro.

Os capítulos se alternam entre os pontos de vista em primeira pessoa de Anna e T.J., mas isso não traz dinâmica ao livro - apenas percebi que nos capítulos de T.J. ele xinga mais e fala sobre suas ereções ao ver Anna.

Eu estava com muitas expectativas quanto ao livro, e quando finalmente comecei, elas sofreram um naufrágio, porque Na Ilha é um livro que tem uma premissa boa e que poderia ter sido muito bem aproveitada pela autora, mas que perdeu sentido quando ela minimizou os personagens, limitou eles demais. Não há mistério nenhum, apenas uma mulher e um jovem que estão sozinhos numa ilha e estão tentando sobreviver da melhor forma. Não estou em um momento para me dedicar à uma leitura do tipo, então passei.

Talvez o público feminino irá gostar de Na Ilha, porque no SKOOB, a maioria das notas positivas vieram delas, mas talvez não seja nada disso. Talvez melhore lá para o final. Só sei que comigo não funcionou, e sinceramente, estou decepcionado com Na Ilha.

***

Ficha do Livro:

Título: Na Ilha (On The Island)
Autora: Tracey Garvis Graves
Tradução por: Maria Carmelita DIas
Editora: Intrínseca
Páginas: 288
Lançamento: 2013
Gênero: Drama

18 comentários:

  1. Nossa, ri em algumas partes de sua resenha, haha. Realmente, não leria esse liro :x

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  2. OMEDEUZO!!!

    Estava louca para fazer essa leitura, Joshua mas agora fiquei assim O_O
    Muito chato mesmo..com essa temática a autora tinha que ter muito cuidado na dinâmica para poder não ficar cansativa a leitura..uma pena que vc abandonou! Vamos ver o que eu vou achar (apesar de vc ter me desanimado um montão, rs).

    Beijos!
    Lygia - Brincando com Livros

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    1. Eu estava cheio de expectativas também, e por isso optei pela leitura, mas quando comecei a ler, já vi que a autora estava enrolando e o romance que eu esperava foi totalmente o contrário, algo sem explicação. Mas leia, talvez, ao contrário de mim, você goste.

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  3. Joshua,
    Acabo de ler o livro e te digo, perdi minha tarde e começo de noite de sábado.
    Continuei a ler mesmo sem ter gostado, pq ano consigo - DE JEITO NENHUM largar um livro. Concordo com vc qdo falta dinâmica no casal, é chato paginas e paginas sem nada acontecer, até o sexo do casal é chato. E ler os personagens se masturbando... foi o fim da picada.
    Me decepcionei com o livro. Devia ter lido sua resenha antes... rsrsrs

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    1. Também não costumo largar um livro, mas Na Ilha foi inevitável. A autora tinha uma história boa, mas ela perdeu totalmente a essência da história. E eu já tava vendo que ia ser perda de tempo ir até o final... mas...

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  4. Nossa, sério isso? hahahahahah xD Que ruim. É horrível quando um livro decepciona a gente assim, principalmente por ser da Intrínseca, né... normalmente eles fazem ótimas apostas e tal. Uma vez tentei entrar nessa ondinha de livros eróticos que tá passando lendo um livro da Novo Conceito (se eu não me engano o nome é Um Olhar de Amor) e foi o suficiente pra eu saber que não me dou bem com literatura erótica. Ótima resenha! E obrigado por alertar sobre o livro ser ruim hahahahahaha

    Um abraço,
    Renato, lá do EsteJaLi.com ;)

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    1. Pois é, kkk, se a editora tivesse dito que o livro tem uma pegada erótica, eu passaria longe, mas acabei me decepcionando por isso. Mas é um erótico péssimo, então, HUASHUAHSUAHS!

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  5. Eu dificilmente largo um livro, ultimamente eu meio que deixei um de lado pra tentar depois porque definitivamente não tinha estomago para ler ele no momento que tentei!
    Esse livro que você tentou ler em questão realmente não me chama atenção...
    e depois dessa sua resenha, admito que dificilmente irei ler D:

    Beijos,
    Paula
    http://psicosedaleitura.blogspot.com.br/

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  6. • Eu ri com a parte da masturbação, HAHAHA.
    Sinceramente, não tenho vontade nenhuma de ler este livro. Simplesmente não me atraiu. É um lançamento que deixou muitos leitores ansiosos, isso é verdade, mas eu não fui um deles.
    A premissa é mesmo interessante, mas é uma pena a autora tê-la transformado em algo maçante e sem propósito nenhum.

    Um abraço,
    João Victor - Amigo do Livro
    http://amigodolivro.blogspot.com.br/

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    1. HUAHUAHUA, às vezes sou muito zuero, kk!
      Fiquei chateado que a autora desperdiçou uma história com uma premissa tão boa assim. Uma pena.

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  7. Hahahahahahahaha tá, eu já não me interessaria pelo livro começando pela capa, mas acho que sua resenha falou tudo o que eu precisava saber. Sobre a forma como a autora desenvolveu a rotina e o romance, eu não posso afirmar com certeza porque não li, mas consigo imaginar qual foi a intenção: você já se imaginou preso numa ilha deserta? As coisas acabam funcionando de forma diferente, o tempo e as emoções ficam misturados e confusos. Talvez o romance não fosse necessário aos personagens no sentido do amor, mas no sentido da segurança, do não estar sozinho, do estar vivo, porque, em diversas situações extremas, o ser humano enxerga o sexo como uma forma de se sentir vivo. Mas enfim, pode ser que eu esteja falando besteira, de qualquer forma, eu não leria o livro.

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    1. Pois éh Lu, esse que é o problema. Como eu disse, é esperado o choque inicial, mas isso não funciona em um livro, ficar virando e virando páginas e só rotina. Precisa haver uma dosagem. E o romance entre os personagens não é nada convincente. Eu esperava que a autora surpreendesse, mas...

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  8. oi Joshua
    terminei de ler o livro hoje e fiquei entre o gostar e o desgostar...complicado né rs
    mas tiveram momentos que gostei, e outros que achei tudo corrido demais. Vai ser dificil me expressar na resenha rs
    bjo

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    1. Talvez eu continuasse com o livro se o romance fosse um tantinho mais explorado. Foi muito sem sentido, e não acho que vale a pena ler.

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  9. Então Joshua, acho que esse também não é meu estilo de leitura, rsrs
    Abraços!
    ​​​​​​​​​​​​Cooltural

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