Crítica de Filme: Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge

O terceiro e último filme da franquia de Nolan, Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge (do original, Batman - The Dark Knight Rises - volta com tudo com uma trama sensacional e um desenrolar fantástico, e digno de um ótimo filme. Mas a pergunta que não quer calar: será que este final desta trilogia também é o fim do Batman?

Oito anos depois da morte de Harvey Dent, Gotham City está pacificada e sem a necessidade do Batman, enquanto Bruce Wayne (Christian Bale) se torna um homem distante, refugiado em sua mansão, apenas convivendo com o fiel mordomo Alfred (Michael Caine). Em uma festa realizada em sua mansão, uma esperta e habilidosa ladra, disfarçada de garçonete, rouba um colar de grande valor sentimental para Bruce, que acaba flagrando Selina Kyle (Anne Hathaway), mas que consegue fugir. Bruce então decide investigar a ladra, e retorna à sua caverna. Em suas buscas descobre que uma nova ameaça se levanta contra Gotham City. E esta ameaça possui um nome: Bane.

Depois dos trailers e inúmeros posters divulgardos antes da estreia do filme nos cinemas, eu estava com muitas expectativas. Não sou muito fã de Batman e nunca o acompanhei nos quadrinhos, e apesar de ter assistido alguns filmes dele antes da trilogia Nolan, eu sempre tinha ele como a figura de "mais um herói'. Mas depois de Christopher, o conceituadíssimo diretor, trazer esta trilogia bem mais realista e mais convincente para o meio cinematográfico, comecei a entender quem é o Cavaleiro das Trevas. E nesse retorno brilhante, considero assim, Nolan fecha com chave de ouro a franquia que ele iniciou em Batman Begins e em sua sequência Batman - O Cavaleiro das Trevas.

A história é muito bem amarrada e tem um enredo fixo, o que acho que é porque Nolan já tinha uma história preparada desde o primeiro filme. Não é simplesmente "fez sucesso, então vamos criar uma sequência". Nolan sabia o que estava criando, e em O Cavaleiro das Trevas Ressuge, vemos que todos os filmes anteriores só estavam preparando o terreno para este último filme da trilogia.

Bane (vivido por Tom Hardy), é sem dúvida um vilão de peso na trilogia - acho que só superado pelo Coringa de Heath Ledger - , já que ele é um personagem convincente e Hardy soube atuar de forma brilhante o vilão que consegue combater à altura Batman. Mas Hathaway como Mulher-Gato superou Halle Berry sem dúvida! Eu tinha um pé atrás quanto a atuação da Anne, mesmo considerando ela como boa atriz, mas sabe, eu não consegua vê-la como Mulher-Gato. Bem, ela caiu como luva nesse papel! E destaque para Joseph Gordon-Levitt, que vive o personagem John Blake. Sabemos quem ele é, mas neste filme o diretor e roteirista decidiram não explorar. Robin te lembra alguma coisa?

Com um enredo que caminha de forma tensa e sem deixar pontas soltas, a palavra "ressurja" define esse filme de forma completa. Não é apenas o retorno e o ressurgimento de Batman. O significado vai muito além disso. Gotham City se torna um verdadeiro campo de batalha nos planos de Bane, onde ninguém sai e ninguém entra, e se alguma regra for quebrada, a cidade explode e ninguém sobrevive pra contar história. Então acredito que a palavra "ressurja" é para Gotham e também para todos os homens. Ainda há esperança, mesmo que ninguém possa ser considerado como "inocentes", como Miranda Tate declara, vivida por Marion Cotillard.

E o final é espetacular. Nos tempos antigos, na era medieval, em guerras tínhamos homens munidos com espadas, machados, escudos e alabardas. Aqui temos homens apenas com revólveres, fuzis, granadas e metralhadoras. E uma verdadeira espécie de guerra civil é criada em Gotham.

Em suma, recomendo assistir, até para aqueles que não acompanharam os dois primeiros filmes, pois este é muito explicado, apenas com pequenas menções a personagens passados. Batman - O Cavaleiro das Trevas Ressurge mostra que nenhum herói morre. Apenas passa-se um legado. Digo para prestar bem atenção ao final...