Resenha - HALO Cryptum de Greg Bear

Aproveitando a onda de adaptações literárias de grandes games de sucesso, o jogo para XBOX, HALO, não podia ficar de fora. O autor Greg Bear, vencedor dos prêmios Hugo e Nebula, e conhecido no exterior por sua narrativa envolvente e principalmente romances de ficção científica, escreveu a trilogia A Saga dos Foreruners, que tem como o objetivo desvendar os mistérios do jogo. A série é uma espécie de origens, e vai mais a fundo no grande mundo de HALO.

Nunca joguei o jogo, mas já li, ouvi e vi muitas críticas positivas quanto ao game, que é uma das franquias no mundo dos jogos que arrebatou um grande número de fãs, e até hoje faz sucesso. Enfim, mesmo assim eu comprei HALO Cryptum quando soube que explicaria os mistérios do jogo. É claro que antes eu pesquisei um pouco, li alguns textos com a sinopse do game, e entendi um pouco mais do que se tratava HALO, mas HALO Cryptum pode ser lido mesmo que você nem tenha noção de que há um game. Greg Bear nos apresenta esse mundo de sci-fi como se fosse a primeira vez, de modo introdutivo e de fácil entendimento. Na verdade, HALO Cryptum é uma introdução no mundo de HALO, então espere algo bem explicado.

Apesar do jogo ter seus próprios mistérios e se passar muitos anos depois dos acontecimentos no livro, HALO Cryptum também tem seus próprios mistérios, e um dos principais é: o que é esse tal de HALO?

A história é narrada pelo Foreruner - uma espécie no Universo superior a todas as outras, avançada, possuidora de grande conhecimento. Um tanto dominadora. - Bornstellar Nascido nas Estrelas de Duração Eterna, ou simplesmente Born. Como Manipular - descobri que os Foreruners se dividem em classes, como Construtores, Mineiros, Modeladores de Vidas, Guerreiros-Servidores... etc - Born é um tanto rebelde e não quer ouvir os conselhos do seu pai e se tornar um Construtor sábio e influente sobre todas as outras castas e divisões, mas por sua rebeldia, toma o castigo de ser enviado a uma outra família, de Mineradores, e aprender e entrar na linha, até que retorne mais sábio. Mas Bornstellar é obcecado pela procura de artefatos antigos, tesouros escondidos, principalmente pelo Organom, um mistério, algo, talvez uma lenda, mas ele promete que irá encontrar. Até que ele foge de Edom - onde ele mora com sua família adotiva, o mesmo que Marte, um deserto extenso e vermelho - para Erde-Tyrene - o mesmo que a nossa Terra. Mas quando Born chega ao seu destino, escondido, ele conhece dois humanos bem peculiares: Chakas e Florian, conhecido também como Elevação. Os dois prometem a ele que há um lugar no planeta que guarda algo, e Born decide averiguar, com seu extinto aventureiro. Quando chega a uma tal ilha na cratera de Djamonkin, Born acaba fazendo algo que nenhum Foreruner deve fazer: quebrar uma Cryptum! - o mesmo que cripta, mas que tem a função de dar paz a um Foreruner ou descanso nos últimos anos de vida, que costumam ser muito extensas. 

Bornstellar abre a  Cryptum de um Foreruner lendário: o Didata. Mas sua cripta possui muitos mistérios, e para Born ainda é desconhecida a razão de por que ele foi para tal cripta, já que era um Foreruner, segundo sua história, influente, sábio, e poderoso. E aos poucos as respostas começam a surgir, acompanhada de mistérios e mais perguntas. Born descobre que o que está por vir tem a ver com não apenas o seu próprio destino, mas como de todas as raças no Universo, e talvez até o fim de sua espécie: os Foreruners.

Tenho que dizer, HALO Cryptum é um ótimo livro, e acho que o único erro mesmo foi o autor querer fazer desse primeiro volume da trilogia uma introdução muito introdutória. Aqui nos é apresentada apenas perguntas e o conhecimento do mundo de HALO, mas no final do livro, quando a ação começa mesmo, e você fica aflito para saber o que vai acontecer... PUFF... o livro acaba. É claro que você não fica com a sensação de achar o livro ruim, pelo contrário, HALO Cryptum é um livro sensacional em termos de enredo, e como eu disse, tem que ser levado como uma introdução mesmo à trilogia de A Saga dos Foreruners.

A escrita e narração de Greg Bear, ao meu ver, não possui algo significativo. Achei mediano, sem nenhum outro atrativo ou poder na escolha de palavras, mas uma coisa que eu prestei atenção e que confirma sua experiência com romances de ficção científica, é o modo como ele detalha cenas de batalhas espaciais, e o modo de descrever tecnologias inimagináveis de um jeito que você consegue entender. Por isso, Greg Bear já entrou para a minha lista de autores preferidos, apenas por sua escrita de destaque em livros de sci-fi.

Para concluir a resenha, recomendo HALO Cryptum, mas leia sem a expectativa de encontrar um livro de ficção científica como Star Wars ou Star Trek. Na verdade, nos próximos volumes da trilogia, talvez HALO tome esse rumo de batalhas intergaláticas, o que espero e sei que haverá, mas HALO Cryptum é apenas um conhecimento desse mundo e dos fatos que se abrem e desencadeiam a franquia de games. Ótimo para quem é fã e conhece o jogo, e também para aqueles que estão conhecendo agora, ou até mesmo para quem gosta do gênero que envolve tecnologia, o universo, e o sci-fi.