domingo, 16 de setembro de 2012

Resenha - A Seleção de Kiera Cass

Para trinta e cinco garotas, a “Seleção” é a chance de uma vida. Num futuro em que os Estados Unidos deram lugar ao Estado Americano da China, e mais recentemente a Illéa, um país jovem com uma sociedade dividida em castas, a competição que reúne moças entre dezesseis e vinte anos de todas as partes para decidir quem se casará com o príncipe é a oportunidade de escapar de uma realidade imposta a elas ainda no berço. É a chance de ser alçada de um mundo de possibilidades reduzidas para um mundo de vestidos deslumbrantes e joias valiosas. De morar em um palácio, conquistar o coração do belo príncipe Maxon e um dia ser a rainha. Para America Singer, no entanto, uma artista da casta Cinco, estar entre as Selecionadas é um pesadelo. Significa deixar para trás Aspen, o rapaz que realmente ama e que está uma casta abaixo dela. Significa abandonar sua família e seu lar para entrar em uma disputa ferrenha por uma coroa que ela não quer. E viver em um palácio sob a ameaça constante de ataques rebeldes. Então America conhece pessoalmente o príncipe. Bondoso, educado, engraçado e muito, muito charmoso, Maxon não é nada do que se poderia esperar. Eles formam uma aliança, e, aos poucos, America começa a refletir sobre tudo o que tinha planejado para si mesma — e percebe que a vida com que sempre sonhou talvez não seja nada comparada ao futuro que ela nunca tinha ousado imaginar.

Quando vi que a Editora Seguinte iria lançar The Selection aqui no Brasil, fiquei louco pra ler. O motivo: essa capa maravilhosa, e ainda, a história. Mesmo tendo algumas semelhanças com The Hunger Games - Jogos Vorazes (leia resenha aqui), ao término da leitura vi que isso só passava de boatos. A Seleção é original. Independente de Jogos Vorazes. Um livro, arrisco dizer, perfeito, e agora estou ansioso pela continuação!



A história se passa numa América transformada. Após guerras, se tornou Illéa e a monarquia voltou. Agora um rei e uma rainha governam a nação, que foi dividida em Castas, 8 para ser exato. As Castas de Um a Quatro são as Castas com melhores condições. Mas as Castas de Cinco a Oito são Castas com piores condições de vida, e a pobreza é comum nessas últimas Castas. Para mudar para uma Casta melhor, só casando com alguém acima, ou pagando por isso, ou seja, tem que ter MUITO dinheiro. Mas outra saída é se inscrevendo para a Seleção. Não acontece todo ano, apenas quando o príncipe, para se tornar um rei um dia, precisa de uma rainha, uma filha de Illéa. Logo então a Seleção é um sorteio entre todas as jovens entre 16 a 20 anos de todas as Castas, onde 35 garotas são sorteadas para ficarem o tempo preciso no Palácio Real, até que cada uma seja eliminada e reste uma, a escolhida do príncipe.
Para America Singer, uma Cinco, a Seleção é algo fútil e que ela não quer para sua vida. Sua mãe insiste para que ela se inscreva, mas America se recusa. Se recusa porque tem um amor proibido com Aspen Ledger, um garoto de uma Casta inferior a sua, um Seis. America o ama de todo coração, mas quando também Aspen lhe diz para se inscrever na Seleção, America reflete sobre sua vida e decide se inscrever, mesmo sabendo que não será sorteada, e passará o resto de sua vida com seu amor Aspen. Mas no dia da Colheita revelação das 35 garotas sorteadas, transmitido pela TV, America vê que foi escolhida. O lado bom da Seleção é que sua família não vai passar mais fome por serem Cinco, mas o lado ruim é deixar Aspen. Mas após uma briga com o namorado, America decide entrar na Seleção, mesmo não querendo a coroa e o príncipe. Aliás, ela repugna a ideia de se apaixonar por alguém que nem ela conhece. Mas após um encontro com o príncipe Maxon Schreave, America se vê dividida entre seu antigo amor, e com o príncipe.


"Pensei nas câmeras que me seguiam no terminal e imaginei minha família assistindo tudo pela TV. Eu queria que estivessem orgulhosos de mim."
Página 97 

Não pense que A Seleção é um conto de fadas meloso. Apesar de muitos acharem isso por causa da capa, pela história envolver príncipes e princesas, A Seleção não é constituído apenas disso. Isso só é um dos ingredientes da trama. O mundo distópico criado por Kiera Cass é muito bem amarrado e tem uma linha de raciocínio bem delineada e lógica, e tudo tem uma razão para ter acontecido algo. Respostas aos poucos são deixadas ao longo do livro, como o por que da volta da monarquia, o por que de uma nova nação... são inúmeras perguntas. Ou seja, não espere de A Seleção uma cópia em formato de contos de fadas de Jogos Vorazes. Como falei, A Seleção é original.

E falando na comparação do livro com THG, como o makenting da própria editora Seguinte faz, uma coisa falo: esqueça isso. É claro que quem já leu Jogos Vorazes vai perceber algumas semelhanças em A Seleção. Mas eu afirmo: não é uma cópia. Não é plágio! Existe um grande abismo entre os dois livros! Por isso não fique achando que vai encontrar algo desinteressante. Sempre é bom ler pra tirar as próprias conclusões :D


"- Para que se destaque, claro - respondeu Mary - Se ele gosta mesmo da senhorita, temos que mantê-la no primeiro plano. Tem sido tão generosa conosco, especialmente com Lucy."
Página 258 

Sobre a trama do livro, não existe apenas a Seleção. Algumas vezes o Palácio Real é atacado por rebeldes contra o governo de Illéa. America não entende o por que dos ataques, mas parece que os rebeldes estão a procura de algo no palácio, mas o que, é uma incógnita neste primeiro livro. Sobre a questão das Castas, é como se fosse um espelho do que acontece hoje em dia: classe alta, classe média e classe baixa. Em vez da população ser divida assim, em Illéa é divido em Castas que definem o nível de vida das pessoas. O que não gostei foi que a questão "pobreza" das Castas inferiores não foi frisado e nem é algo muito convincente. Talvez nos próximos livros a autora trabalhe mais nisso.

Os personagens então? Adorei! America Singer não é nenhuma Katniss da vida, não tem nenhum talento com armas, e quem vê a capa, pensa que ela vai ser uma princesa fútil. Não, não é nada disso. America é humana e logo no começo você simpatiza com ela. Como ela é a narradora-personagem, dá pra conhecer um pouco mais do que se passa na cabeça dela. America, de algum modo, não soa forçada. Ela tem seus próprios ideais, atitudes e um caráter formado. Uma voz ativa! Acho que dá até pra perceber, que em relação as outras garotas da Seleção, America parece mesmo uma rainha!
Sobre Aspen, dificilmente você não vai se lembrar de Gale. Não sei se vocês sabem, mas odeio o Gale. Aspen é como um irmão gêmeo dele! Orgulhoso e metido a machão, e nunca acha que está sendo grato a America. Acho que foi um personagem irritante para mim, e espero que America faça direito suas escolhas.
Quanto ao príncipe Maxon, a carisma dele te surpreende no primeiro momento em que ele aparece no livro. Diferente de Aspen, ele se importa com America, e com toda inocência quer o melhor para ela. Não espere um romance meloso entre eles dois, apenas fique na expectativa pois você não vai se decepcionar.


"Mais cedo do que eu queria, minhas criadas entraram no quarto e me despertaram para um novo dia. Anne puxou as cortinas e assim, iluminada pelos raios do sol, sentia que aquele era realmente meu primeiro dia no palácio."
Página 357 

Sobre o "triângulo amoroso" formado entre America, Maxon e Aspen, teve gente que falou que achou desnecessário. Para mim, acho que não é bem um "triângulo amoroso". Porque ficou bem claro no final do livro as escolhas de America.

E falando do último capítulo... surpreendente! Ainda não consigo acreditar em como uma garota pode mudar toda a sua opinião da noite para dia... mas achei que America está super certa.


"Todo mundo riu, de maneira discreta e educada. Até o rei e a rainha pareciam ter achado meu pedido divertido. Gostei de como a rainha me olhou, como se tivesse me tornado menos estranha a seus olhos."
 Página 152

Por último, digo que todos devem ler esse livro. É uma leitura surpreendente. É claro que ainda continuo achando THG minha distopia top. E para esclarecer sobre o gênero distopia de A Seleção, não pense que pela capa o livro não tem seu lado sombrio, pois tem sim. Acho que nos próximos volumes esse lado sombrio de Illéa vai aumentar mais ainda!

Agora, termino essa resenha, ansioso para ler A Elite, livro dois da série The Selection... ainda me culpo por ter terminado esse livro muito rápido... uma leitura tão boa!

Ficha do Livro:

Livro 1 - A Seleção - Kiera Cass
Título Nacional: A Seleção
Ano de Lançamento: 2012
Número de Páginas: 368 páginas
Editora: Seguinte
Tradutor: Sem Informação
Título Original: The Selection
Ano de Lançamento: 2012
Número de Páginas: 327 páginas
Editora: HarperTeen



Veja a opinião de quem já leu:

School Library Journal: Um conto cativante... Amantes de contos de fadas vão se perder na realidade alternativa dos Estados Unidos e desejar que a próxima sequência glamourosa está esperando por eles.
Booklist: [Kiera] Cass estreou com um romance imensamente legível como The Hunger Games, menos drasticamente, com moda e adornos elaborados. A ação rápida terá leitores ofegantes pela sequências futura.
Publishers Weekly: Um cruzamento entre The Hunger Games e The Bachelor, esta trilogia em lançamento é muito divertida. [Kiera] Cass habilmente constrói a química entre a América e Maxon, enquanto acariciava as brasas do amor dela [América] em um lugar proibido. 
Kiersten White, New York Times - Bestselling author of Paranormalcy: Um reality de TV atende ao conto de fadas distópico na estréia deliciosa de Kiera Cass. ncantador, cativante e cheio de uma quantidade certa de suspiros!"

Sobre a autora:

 

Nasceu e cresceu na Carolina do Sul, uma criança orgulhosa da década de 80. Após muitos imprevistos em sua vida, começou a escrever A Seleção, que foi publicado e a cada faz mais sucesso. Atualmente mora em Blacksburg, VA, com o marido e filho e passa o tempo livre no YouTube e no Twitter. Adora bolo! 








Outras capas:

 

4 comentários:

  1. Olá!
    Definitivamente, quando um livro faz sucesso, todos os lançamentos posteriores vão pegar carona neste. Aconteceu com Harry Potter, mais recentemente com Crepúsculo e agora é a vez de THG. Distopias existiam bem antes de Jogos Vorazes. 1984 e Laranja Mecânica são exemplos clássicos. Mas agora percebo que a partir do momento que distopias YA forem lançadas, sempre haverá um "Perfeito para os fãs de Jogos Vorazes" na capa, o que pode ser bem irritante dadas as comparações. Dito isto, estou muito excitada para ler A Seleção, de Kiera Cass, que apesar de ter um certo tempero distópico, me parece ser uma trama interessante e original, mas não gosto do modo como a imprensa tem comparado com THG.

    Abraços
    http://labsandtags.blogspot.com.br/

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  2. Ainda estou com um tiquinho de receio de ler esse livro, mas achei que sua resenha abordou pontos muito bons. Seu texto foi bastante esclarecedor, mas a sinopse ainda não me convenceu totalmente.

    Abraços

    Lu Tazinazzo
    http://aceitaumleite.blogspot.com.br/

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  3. Achei a seleção um livro incrível, li e adorei, como você ainda me sinto culpada, terminei a seleção e a elite no mesmo dia! Mas eu já li os dois de novo com calma. Adorei os livros!

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  4. Oi,,

    também li os dois livros praticamente em dois dias.. estou tão ansiosa para ler o terceiro.. Achei uma leitura interessante, mostrando a diferença social entre as classes e a luta que a personagem-narradora começa a travar para mudar os pensamentos.. a situação.

    Lerei novamente com mais calma, na ânsia do terceiro volume.

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