quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Resenha - Fahrenheit 451 de Ray Bradbury


"A obra de Bradbury descreve um governo totalitário, num futuro incerto mas próximo, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura, prevendo que o povo possa ficar instruído e se rebelar contra o status quo. Tudo é controlado e as pessoas só têm conhecimento dos fatos por aparelhos de TVs instaladas em suas casas ou em praças ao ar livre. Fahrenheit 451 é dividido em três partes: A lareira e a salamandra, A peneira e a areia e O clarão resplandecente. O livro conta a história de Guy Montag, que no início tem prazer com sua profissão de bombeiro, cuja função nessa sociedade imune a incêndios é queimar livros e tudo que diga respeito à leitura. Quando Montag conhece Clarisse McClellan, uma menina de dezesseis anos, ele percebe o quanto tem sido infeliz no seu relacionamento com a esposa, Mildred. Ele passa a se sentir incomodado com sua profissão e descontente com a autoridade e com os cidadãos. A partir daí, o protagonista tenta mudar a sociedade e encontrar sua felicidade."



Uma das palavras que possa descrever Fahrenheit 451 é frenético. Por que? Pelo simples fato do livro ser acelerado, com o enredo de tirar o fôlego e com cenas de desespero em que o protagonista tem que se virar para salvar sua própria vida. Já aviso de antemão que o autor - Ray Bradbury - soube criar um "universo" de tal maneira, que todos os elementos que ele usou neste romance são, diretamente ou indiretamente, cruciais para toda a trama. Mas vamos a resenha.

O livro fala de uma época em que os bombeiros não combatem mais o fogo, pelo contrário, eles queimam livros e essa é a sua função na sociedade. Nesta distopia (contrário de utopia), os homens finalmente encontraram uma maneira de viver em paz, mas sob um alto custo, acabar com ideias existentes nas páginas escritas. As pessoas têm todo o tipo de conforto, com programas de TV interativos para o entretenimento, mas não têm o prazer de se comunicar com outras gerações e maneiras de pensar, possibilidades trazidas pela leitura. O personagem principal, um cidadão-exemplo, tomado pela curiosidade de descobrir o que há de tão ruim nos livros, será fisgado pelas riquezas de seus conteúdos. Logo, começará a agir de forma diferente do padrão e uma implacável perseguição terá início. O herói precisará entrar em contato com um possível movimento subversivo para poder sobreviver.

Montag - o protagonista - é um bombeiro, mas sua função não é apagar o fogo, e sim "começar" com o fogo. A função dos bombeiros no mundo de Fahrenheit 451 é destruir qualquer coisa que seja motivo para o ser humano pensar, refletir, e até descobrir como está sendo manipulado pelo governo daqueles tempos. E os bombeiros tem que combater tudo isso. Montag, feliz com seu trabalho, a cada dia queima uma casa onde "vive" uma biblioteca. Até que uma mulher é queimada junto a casa.

Esse é o ponto crucial para toda a trama.

Montag começa a refletir - e isso para os outros bombeiros e para a sociedade é um crime - e ele percebe que o que ele está fazendo é totalmente errado, ou pelo menos ele tem uma noção disso. Clarisse reforça isso, deposi de terem uma rápida conversa depois do trabalho. Montag percebe que aquela garota é diferente das outras pessoas, e ele começa a se interessar por aquele estilo de vida. Clarisse, aos seus olhos é tão espôntanea, tão inteligente e não se importa com o que os outros digam. Ele vê que ela sabe pensar de um jeito único e que reflete em como o mundo e o ser humano se deixa levar pelas coisas sem sentido e que levam o homem a queda. Montag volta para casa pensativo, e descobre que tem muito a aprender com Clarisse, mas depois tem uma trágica notícia sobre ela.

O bombeiro começa a ler livros - o que é um crime para os outros - e escondido percebe que os livros tem muito a ensinar e a dizer. Deposi que o comandante dos bombeiros descobre que Montag possui livros, Montag foge, e ai inicia-se uma caçada contra ele. Montag encontra, pelo caminho, amigos e inimigos, e tudo isso culmina para um final surpreendente. Admito a conclusão do livro ser surpreendente, mas parece que faltou alguma coisa.

Mas o que este livro me ensinou foi como, aos poucos, perdemos o sentido da vida e nos deixamos ser levados por objetos, digamos, por uma simples TV. Ficamos horasa sua frente sem fazer nada, só em busca de entretenimento, e deixando que os outros pensem por nós, como se fôssemos marionetes. Ray soube passar isso para nós de modo claro, e não é preciso demorar-se por páginas e mais páginas do lviro para entender isso. Bradbury é claro, claro até demais ao tratar desse assunto. E diog uma coisa, esse livro merece ser lido...

FICHA DO LIVRO:

Editora: Globo
Autor: RAY BRADBURY
ISBN: 8525037249
Ano: 2003
Edição: 1
Número de páginas: 215
Acabamento: Brochura
Formato: Médio

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