quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Resenha - Resident Evil - A Conspiração Umbrella de S.D. Perry


A Editora Benvirá iniciou no final de 2013, a publicação da série literária de S.D. Perry, que adapta o enredo dos games da franquia de sucesso da Capcom, Resident Evil. O primeiro volume, intitulado A Conspiração Umbrella, tem seu foco nos personagens Chris Redfield e Jill Valentine, e no começo de um desastre biológico que trará consequências drásticas para todos.


A cidade de Raccoon está sendo alvo de ataques misteriosos. Pessoas são encontradas mortas, semi-devoradas, e o número de vítimas só aumenta. Para isso, o serviço de táticas especiais, o S.T.A.R.S., é destacado para investigar o caso e tentar evitar mais assassinatos. Quando a primeira equipe sofre um acidente na floresta de Raccoon, em uma missão de varredura, um segundo grupo é enviado, sendo composto por ChrisJill, entre outros. Ao chegarem à floresta, no sopé das montanhas Arklay, a equipe denominada Alpha é atacada por cães selvagens, e sem terem para onde fugir, se refugiam na mansão Spencer, que até então, estava desabitada. Procurando um meio de saírem dali o mais rápido possível, os integrantes do S.T.A.R.S. constatam que o que está acontecendo em Raccoon é bem pior, principalmente quando o primeiro zumbi surge.

"Wesker chegou a ouvir o estalo de mandíbulas poderosas atrás de si e, intuitivamente, pressionou o gatilho ao correr para a frente da mansão. Um grunhido, e a criatura caiu, os uivos dos outros parecendo mais altos do que nunca, elevados a um volume febril pela emoção da perseguição."
Página 53 

Resident Evil - A Conspiração Umbrella é um livro feito para os fãs dos games. É necessário deixar isso bem claro, porque leitores que desconhecem o enredo dos jogos, ao entrarem em contato com a obra de Perry, podem se sentir incomodados com o quadro em geral. O livro serve como uma extensão do que acontece nos jogos, como um complemento, e principalmente para entender a história de diversos pontos de vista. Então, é aconselhável que o leitor tenha pelo menos conhecimento do que se trata a trama dos games.

O melhor da escrita da autora, é como ela consegue nos passar a tensão e o terror que os personagens estão vivenciando. Não são só mortos-vivos, criaturas geneticamente modificadas, e etc. que movem Resident Evil. A própria mansão Spencer é cheia de truques e armadilhas, e qualquer deslize, significa morte na certa. Além disso, vamos acompanhando não só a sobrevivência dos personagens em um território cheio de mortos-vivos, mas também, a investigação sobre o que teria causado tudo aquilo, e a ligação com a empresa Umbrela Corporation.

"Chris disparou três tiros, que atingiram a parte superior do peito da criatura, causando uma esguichada fina e rubra. Com um gemido arquejado, o bicho foi ao chão, morto."
Parte 60 

Os personagens são tão carismáticos como nos jogos, como Chris e sua determinação, e a coragem de Jill. Os personagens secundários também roubam a cena, como a jovem Rebecca Chambers, uma novata no S.T.A.R.S., mas que possui uma inteligência afiada e encara os desafios com persistência; Barry Burton, que não deixa seus companheiros de trabalho na mão, entre outros. Até o antagonista do livro, Albert Wesker, tem seus momentos de brilho e consegue conquistar o leitor, por mais que tenha uma mente um tanto sádica e egoísta.

S.D. Perry também traz alguns puzzles do jogo para o livro, como quando os personagens precisam achar determinadas chaves para abrir certas portas, procurar pela mansão peças, que juntas, liberam uma passagem, e etc. E a autora consegue utilizar algo que prende o jogador nos games para a literatura, sem se tornar maçante.

"Jill ajeitou os ombros e foi até a porta que dava para a escada, arma em mãos. Tinha avançado até ali e poderia avançar mais um pouco e tentar desvendar o mistério que havia tirado a vida de tantos...
"... ou morrer tentando", sussurrou mentalmente."
Página 126 

Quanto aos mortos-vivos, não ache que a autora poupará cenas de sangue, mutilações e dilacerações. O que não falta é sangue. Mas não são só zumbis que vão querer devorar os personagens. Como experiências genéticas da Umbrella, temos serpentes, corvos, cães selvagens, símios descontrolados, tubarões assassinos, e como uma espécie de grand finale, o famoso Tyrant da série, uma criatura descomunal, totalmente deformada, que dará muito trabalho para o S.T.A.R.S. neste livro... 

Talvez A Conspiração Umbrella não seja uma leitura super empolgante, e seja feita, preferencialmente, para os fãs de RE, mas é um livro bem escrito e com um começo, meio e fim, nos transmitindo um ar de survival horror como típico dos jogos da franquia da Capcom. O bom é que a Benvirá já agendou para março deste ano o lançamento do segundo volume da série, intitulado O Incidente em Caliban Cove.

"Chris esvaziou o pente. Os últimos tiros acertaram a cara do bicho. Pedaços de dentes voaram da boca sem lábios da criatura, borrifando o asfalto com uma chuva branca e vermelha. Ele parecia nem sentir e começou a correr até Chris em alta velocidade."
Página 224 

***

Ficha do Livro:

Título: Resident Evil - A Conspiração Umbrella (Resident Evil - The Umbrella Conspiracy #1)
Autora: S.D. Perry
Tradução por: Gustavo Hitzschky
Editora: Benvirá
Páginas: 232
Gênero: Terror, Ficção, Zumbis

8 comentários:

  1. Não cheguei a jogar todos os games da franquia, mas não dá para negar que Resident Evil representa uma "marca" (se é que posso chamar assim) muito importante para quem gosta dos games. Saber que existe um livro com essa história, ou seja, a extensão do jogo, não deixa de ser animador, principalmente porque acaba servindo como algo nostálgico - no meu caso, pelo menos, que me afastei dos jogos faz um bom tempo.
    Essa é a primeira resenha do livro e saber que não é ruim, apesar de tudo, é muito bacana (assim como saber do lançamento do próximo). Realmente espero ter a oportunidade de ler.

    Abraços,
    Ricardo - www.overshockblog.com.br

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    1. O livro é ótimo mesmo, pra quem quer ter esse sentimento nostálgico, principalmente quanto ao primeiro jogo da franquia, que ele adapta para a literatura. Eu gostei, e espero que você leia.

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  2. Eu conheci Resident Evil por um amigo que é gamer e gosta bastante da franquia. Joguei uma vez mas não dei continuidade, daí passei pros filmes e, deles sim, eu gostei HAHAHA Não tinha ideia de que existia um livro sobre, mas como você disse que é voltado pra quem gosta dos games, o que não é meu caso, não estou muito animado pra ler porque, provavelmente, não entenderei muitas coisas, rs.

    Abçs,
    Felipe | Enquanto isso, na estante...

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    1. Não é que você não entenda muitas coisas, mas para um leitor que desconhece bastante coisa de RE, vai receber informações superficiais nesse livro, então por isso tive o cuidado de informar isso na resenha. Mas já que você já conhece os filmes e gosta, poderia arriscar a leitura, haha.

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  3. Caramba!, que saudades que eu tenho de Raccon City! Pra mim o auge da franquia foi em RE3: Nemesis, mas ainda mantenho um carinho especial pelo RE2. Os novos jogos da série não conseguem me prender, acho que muito se perdeu com a saída do Mikami.... mas falando sobre o livro, não sabia do lançamento e me interessei, parece ser uma leitura interessante!

    Gostei da sua resenha,e fico feliz que cada vez mais produtos ligados a games sejam lançados por aqui - em dezembro a NewPop lançou um mangá de Street Fighter que vale a pena conferir.

    Dois abraços ;)

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    1. Essa série é ótima pra quem que recordar dos primeiros games da franquia, e também nutro um carinho especial por RE2 - que será adaptado no terceiro volume dessa série. Quanto aos demais games recentes da série, é quase unanime a opinião de que o estilo "survival horror" está sendo deixado de lado.

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  4. Muy bueno tu blog y estoy siguiendo su cargo por un largo tiempo!

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