quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Resenha - A Cruzada Secreta de Oliver Bowden


Depois dos dois primeiros livros, Renascença - resenha aqui - e Irmandade - resenha aqui - o autor sob o pseudônimo de Oliver Bowden dá sequência a série que adapta o game de sucesso Assassin'S Creed, com o livro A Cruzada Secreta, que diferentemente dos primeiros livros que seguem a história do Assassino Ezio Auditore, neste terceiro livro somos transportados muitos anos atrás, e finalmente conhecemos os segredos do Mestre Assassino, Altaïr Ibn La-Ahad.


A Cruzada Secreta para mim foi uma surpresa em todos os aspectos! Primeiramente, a mudança súbita de protagonista, mas isso é explicado já nos primeiros capítulos; o tempo em que a história se situa; e um dos destaques do livro: a narrativa, enredo e começo, meio e fim.


Oliver Bowden nos brindou com uma fiel adaptação dos jogos, e ao contrário dos primeiros livros, pude perceber que ele evoluiu sua narrativa. O livro ficou com mais cara de livro, isso soa estranho, mas é quando terminei A Cruzada Secreta vi como a estrutura do enredo foi muito bem pensada, e não simplesmente adaptada. Sim, o livro é uma adaptação, mas a gente não sente isso. O autor ficou atento a esse quesito, e a narrativa flui sem ser forçada ou monótona. As descrições das paisagens eram bem detalhadas, mas não de forma cansativa, e ele conseguiu entrar na mente de Altaïr e explorou os sentimentos e emoções do personagem. Essa foi uma mudança grande e notável que percebi.

Sobre a história, é claro, dá pra se sacar desde o começo quem é o verdadeiro inimigo de Altaïr: os Templários. Não gostei pois no livro o Assassino mata monte de cara a mando de seu Mestre Assassino, Al Mualim e depois descobre que eles fazem parte de uma organização que quer dominar o mundo. Foi um mistério desnecessário, mas não estragou a leitura.

E falando dessas mudanças repentinas, tenho que frisar o quesito de assassinatos no livro. Renascença era um banho de sangue. Ezio só sabia matar, matar, matar. As cenas já se tornavam repetitivas e sem essência, e quase pulei algumas páginas, mas li tudo fielmente. Irmandade estava caindo no mesmo erro, mas neste segundo livro o autor frisou mais em conflitos dentro da Ordem dos Assassinos, e foi mais um jogo de poder e mente. Mas em A Cruzada Secreta, quando Altaïr vai matar homens corruptos a mando de seu Mestre Assassino - depois explico a razão - o autor estava rumando o caminho do primeiro livro, e eu já esperava sequências de cenas de uma mesma coisa: morte, morte, morte... mas quando isso já estava se tornando rotina no livro - ainda na primeira parte - o autor deu uma parada e tomou cuidado para não cair no mesmo erro. Oliver soube balancear o teor de assassinatos com o enredo do livro, e eu apreciei isso. Oliver aprendeu com os dois primeiros livros e fez certo neste terceiro.

Outra coisa que quero ressaltar - que também tem a ver com as mortes - é como as mortes são efetuadas. A execução dos assassinatos deixou de ser a mesma coisa. Nos primeiros livros, Ezio que só sabia matar, também só sabia uma maneira de matar: ele cortava o pescoço de um, rasgava a garganta de outro, e por ai vai. Isso cansa o leitor. Mas Bowden deixou de usar esse vício de narrativa e a enriqueceu. As cenas em que Altaïr defrontava algum inimigo não se tornaram repetitivas em termos de linguagem, e uma das melhores batalhas do livro, ao meu ver, foi contra Moloch. Sério, foi a cena mais bem narrada de todo o livro!

A história, como em Irmandade, já na segunda parte já poderia ter terminado. A história não deixa pontas soltas e você pode largar o livro tranquilo até aquele momento. Mas ainda haviam a terceira e quarta e última parte, e essas duas últimas valeram o livro todo. Oliver Bowden nos surpreendeu de forma grandiosa! Desde a primeira parte que fala de uma missão mal sucedida de Altaïr, quando ele quebra os três princípios da Ordem, quando ele é perdoado de pena de morte, e volta a ser um aprendiz até provar o seu valor novamente, e desde a segunda parte que nos mostra uma reviravolta que nos lembra e muito o segundo livro, a terceira e quarta parte nos mostra Altaïr como o Mestre Assassino da Irmandade, e os próximos desafios que terá que enfrentar. E como o livro promete explicar os segredos do Assassino, nos é revelado os mistérios da Maçã, um dos Pedaços do Éden, e as páginas do Códex.

E falando do desfecho do livro, Altaïr se vê traído por membros da própria Irmandade, o que nos lembra o segundo livro totalmente. Mas o epílogo nos deixa loucos para ler o quarto livro, que aqui no Brasil seria Revelações, mas a Editora Galera "decidiu" lançar primeiro o quinto livro, que não tem nada a ver com Ezio, que se chamará Renegado - do original Forsaken. Ou seja, teremos que esperar mais tempo ainda pelo último livro da série que mostrará a conclusão da jornada de Ezio Auditore em Constantinopla.

Classificação do Livro:

Sobre o Livro:

Livro 3 - A Cruzada Secreta - Oliver Bowden
Título Nacional: A Cruzada Secreta
Ano de Lançamento: 2012
Número de Páginas: 336 páginas
Editora: Galera
Tradutor: Ana Carolina Mesquita
Título Original: The Secret Crusade
Ano de Lançamento: 2011
Número de Páginas: 464
Editora: Penguin Books

Sobre o Autor:

Foto -Anton Gill
Anton Gill começou a escrever profissionalmente em 1984 e nesse tempo publicou 35 livros. Gill nasceu em Ilford, Londres, filho de pai alemão e mãe inglesa, cresceu em Londres, foi educado na "Chigwell School" e no "Clare College", trabalhou no teatro, especialmente no "Royal Court Theatre" em Londres, no Conselho de Artes e na emissora de TV BBC antes de se tronar escritor. Ele escreveru uma variedade de artigos históricos, incluíndo três biografias. Seu trabalho inclui obras de ficção e não-ficção, mas seu escopo principal é a história européia contemporânea. Ele usa dois pseudônimos: Oliver Bowden e Ray Evans. Ele é casado com a atriz Marji Campi e divide seu tempo entre Londres e Paris.



Livros da Série:

Livro 1 - Renascença - Oliver Bowden Livro 2 - Irmandade - Oliver Bowden Livro 3 - A Cruzada Secreta - Oliver Bowden 
Ainda não lançados no Brasil:
Livro 4 - Revelations - Oliver Bowden

Outras Capas:

  

3 comentários:

  1. "Não gostei pois no livro o Assassino mata monte de cara a mando de seu Mestre Assassino, Al Mualim e depois descobre que eles fazem parte de uma organização que quer dominar o mundo. Foi um mistério desnecessário, mas não estragou a leitura."

    Como assim cara? Esse mistério é um dos pontos mais legais e uma reviravolta no que Altair fazia tremenda... Enfim, boa resenha!

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    Respostas
    1. É que você não entendeu bem, rs, o que eu disse. Quis dizer que o mistério foi feito desnecessariamente, quando nós já sabemos que os Templários são os inimigos da Irmandade, como se fosse uma novidade que não sabíamos.

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    2. Aata, rs, pensei que você achava desnecessário o livro esconder o fato do mestre dele ser um templário!

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