Crítica de Filme - Planeta dos Macacos: A Origem

San Francisco. Will Rodman (James Franco) é um cientista que trabalha em um laboratório onde são realizadas experiências com macacos. Ele está interessado em descobrir novos medicamentos para a cura do mal de Alzheimer, já que seu pai, Charles (John Lithgow), sofre da doença. Após um dos macacos escapar e provocar vários estragos, sua pesquisa é cancelada. Will não desiste e leva para casa algumas amostras do medicamento, aplicando-as no próprio pai, e também um filhote de macaco de uma das cobaias do laboratório. Logo Charles não apenas se recupera como tem a memória melhorada, graças ao medicamento. Já o filhote, que recebe o nome de César, demonstra ter inteligência fora do comum, já que recebeu geneticamente os medicamentos aplicados na mãe. O trio leva uma vida tranquila, até que, anos mais tarde, o remédio para de funcionar em Charles e, em uma tentativa de defendê-lo, César ataca um vizinho. O macaco é então engaiolado, onde passa a ter contato com outros símios e, cada vez mais, se revolta com a situação.

O remake da conhecida série de ficção científica, Planeta dos Macacos: A Origem, não fica para trás e mostra - como o título já diz - a origem da saga iniciada em 1968.

A história se inicia com Will Rodman (James Franco), procurando cura do Mal de Alzheimer - o que seu pai tem (John Lithgow) -, e fazendo testes em macacos - como cobaias. Até que um dos chimpanzés reage de forma agressiva e faz um estardalhaço no prédio local onde fica o laboratório de experiências. Depois que Olhos Brilhantes - nome dado a chimpanzé por causa da cor de seus olhos - é alvejada por tiros disparados pelos seguranças e morre fatalmente, descobre-se que a agitação da chimpanzé foi simplesmente por puro instinto maternal: ela queria apenas defender seu filhote dos humanos a sua volta.

Will sabendo disso, leva o pequeno chimpanzé para sua casa, para passar apenas um dia consigo até que o laboratório volte ao normal, mas nesse espaço de tempo percebe que o filhote é extremamente inteligente e tem alta capacidade mental acima de qualquer macaco. Rodman descobre que Cesar - chama-o assim - possui os mesmos genes que sua mãe lhe passou após as experiências genéticas no laboratório, e assim decide ficar com o chimpanzé.

Will, que havia trazido consigo algumas amostras da vacina de cura contra a doença de seu pai, aplica nele. O resultado é instantâneo: o pai de Will tem sua memória recuperada graças ao medicamento! Mas após alguns anos, o Mal de Alzheimer vem mais agressivo, e o pai de Will sai de casa e cria sem querer uma briga com um vizinho. Cesar vendo o desenrolar da briga, decide atacar o vizinho, provocando seu engaiolamento e levado a passar a ter contato com outros macacos. Após isso, Cesar, que possui extrema inteligência e emoções, como um ser humano, se revolta com a situação e começa uma rebelião em busca de liberdade.

Um dos primeiros pontos positivos que pode ser encontrado em Planeta dos Macacos: A Origem são os efeitos especiais. Principalmente Cesar. Interpretado pelo ator Serkis, que ficou conhecido e famoso ao viver Golum em O Senhor dos Anéis, tem uma equilíbrio e consciência entre a humanidade e selvageria que seu personagem possui. Podemos ver a transformação de sua interpretação - Cesar - durante o filme. Dócil, gentil, companheiro, mas que pode, a qualquer momento, provar-se um "pit-bull", uma enorme ameaça irreversível. É impossível você não se perguntar, durante o filme se aquele ali não é um chimpanzé, ou um orangotango, ou um gorila de verdade. É incrível os efeitos especiais, chega até ser perfeito. As emoções denotadas no rosto do chimpanzé - principalmente em Cesar - são reais e humanas. Realmente é algo de se apreciar!

O roteiro não fica para trás. Podemos perceber que a história do filme possui um começo, meio e fim. Um começo que mostra o nascimento de Cesar, a sua extrema capacidade mental, o seu relacionamento com Will e seu pai... um meio que mostra a pergunta interior de Cesar se ele é um simples animal de estimação. O desejo pela liberdade começa a criar raízes... e um fim - digo uma conclusão para o capítulo prelúdio de Planeta dos Macacos - que mostra o início de uma rebelião, até que ela explode enfim. Rick Jaffa e Amanda Silver - os roteiristas - criaram uma base para o trabalho esplêndido do diretor Rupert Wyatt que culminou em um resultado coerente. Não é uma simples explicação para o que vai vir nos próximos filmes - previsto para 2014 -, é algo concreto, algo que existe, uma verdadeira origem podemos dizer assim.

Sobre a interpretação dos atores, foi mínima. Acho que não foi um foco no filme. Na minha opinião, o protagonista é Cesar, e não como muitos dizem, Will Rodman. É claro que Franco, Freida Pinto, John Lithgow saíram bem na interpretação, mas parece que seus papéis foram simples demais e sem muita ênfase. Como disse, Cesar é o verdadeiro protagonista.

As últimas cenas do filme foram fantásticas! A batalha na ponte Golden Gate mostra e comprova como o nome Cesar, digamos, combina com o chimpanzé. Como ele organiza seu exército, a estratégia usada para derrubar a barreira humana de policiais na ponte, e as táticas usadas, como se fosse uma verdadeira guerra romana! Quem assistir vai ficar de boca aberta ao se deparar com essa cena!

E ainda relacionando o nome Cesar ao imperador romano, em uma cena final do filme - não chega a ser spoiler - o chimpanzé diz a Will, após a proposta de sue dono a retornar para casa. Ele responde: "Cesar is home", o que se "confunde" com "Cesar is Rome", fazendo uma correlação com o Império que ele e seus chimpanzés criaram.